quarta-feira, 30 de setembro de 2009

F3B - Munchen 2009


Nova ida à Alemanha e resultados na classificação semelhantes aos do ano passado. A experiencia mais uma vez é positiva não apenas por toda a festa à volta do F3B mas pela vivencia de tudo o que envolveu estar 5 dias na Alemanha em casa de uma família que nos recebeu de braços abertos. Comemos muito bem, (a Baviera tem muito boa carne, molhos e batatas com orégãos e cebola) beberam-se muitos litros de Wiese Beer, e até encontrei um appflestrudel que me fez esquecer o da minha mãe. Não têm a “bica”, mas têm um “exprréssô” (é assim que dizem) que é muito bom.
Se comecei esta crónica pela gastronomia e a companhia é porque merecem destaque, pois comida e amigos, convenhamos, são a coisa mais importante do mundo. Logo a seguir às outras coisas mais importantes do mundo.
Alugou-se um Audi para cobrir os 35 Km entre o campo de voo e casa onde ficámos. O trajecto tem boas pistas (chamo pistas, porque estradas – ou coisa parecida – temos nós) e aproveitei para largar o bólide a 210 Km/h numa noite de pouco movimento. Parecia playstation só que era real.
Competir ou não competir?
Quando é que vamos praticar a sério o F3B? Talvez nunca. Ou talvez quando nos decidirmos a escolher entre a prática do F3B ou a competição de F3B. A questão é dupla: venho da Alemanha com dúvidas metafísicas de como abordar a prática do aeromodelismo sem que este roube mais espaço à minha vida, mas que acrescente algo que não está lá, e por outro lado, ficou-me uma sensação estranha de que podia ter feito muito mais, e ando com a cabeça às voltas a pensar porque é que não fiz mais, quando podia e sabia.
O Gherard ainda ontem ofereceu a casa dele para a viagem do próximo ano e eu respondi-lhe que não sei se vou voltar apenas para fazer turismo ou se vou com o objectivo de fazer algo mais. Se for apenas como turista provavelmente nem levo o modelo. Quem sabe volto para ver as pessoas de quem gosto, ver os castelos, os lagos e dar umas voltas pelas beergarden ; ainda não sei.
Anedota
Uma coisa boa que recordo sempre que viajo com o João e o Zé é que me farto de rir, e eu não consigo rir baixinho, como muita gente já percebeu e os Alemães, Suíços, Suecos, Italianos, Russos etc também perceberam. Esta parte (estar na boa a curtir o momento) é tão importante para mim que estava completamente distraído com uma cerveja na mão e a olhar para uma senhora vestida de bávara quando o Zé me disse “olha lá, não eras agora a voar?” e era! Ainda lancei o modelo quando faltavam 6 minutos para o fim do tempo de trabalho e fiz os 6 minutos de voo. Não foi canja porque tinha o modelo com 600 gramas de lastro da tarefa anterior e não tive tempo de os tirar. Os Alemães olhavam para nós num misto de incredulidade e riso. Esta história está, como é óbvio, ligada ao parágrafo anterior.
Modelos
Houve algumas novidades em relação ao ano anterior, em termos de resultados individuais as coisas mexeram um pouco, e relativamente a modelos podemos dizer que há Radicais a mais, Evolutions a menos e Ceres Lift e Freestylers em quantidade razoável. Tools continuam competitivos; Crossfire, Precious, R-Machines, Furio estão em extinção. O Tanga não é praticamente usado. Há modelos novos que nunca tinha visto e que devem ser exemplares únicos: Diamond e Proton.
Os melhores pilotos usam Radical, Freestyler, Shooter e Target. Estes são também os modelos mais caros do mundo como atesta a venda de um Radical, em segunda mão, por “apenas” 2200 euros. Os irmãos Herring venceram a prova com Freestyler.
Segurança.
Houve como sempre uma atenção muito especial ao tema da segurança em voo. O briefing foi completo com instruções em Alemão e Inglês e focou vários aspectos da segurança e zonas onde é permitido voar. A documentação entregue em envelopes continha o dorsal e o código de barras correspondente a cada antena, a lista com todos os voos e todas as tarefas, a revista do clube etc.. o envelope até tinha a fita nylon de aperto para prender o código de barras à antena.
A organização desta prova é complicada mas foi muito bem conduzida por uma experiente equipa de juízes. Não obstante, tive um problema com o meu último voo por culpa de um juiz e disse a esse mesmo juiz que ele tinha cometido um erro porque o meu tempo de trabalho tinha começado sem eu ter sido avisado. Ele disse-me que iriam ouvir as gravações do que foi dito ao microfone/sistema de som para averiguar se eu tinha ou não razão. Então eu disse-lhe que, se tivesse razão queria que me dessem um reflight e ele respondeu “it’s fair”. Depois de ouvirem as gravações vieram ter comigo e deram-me o reflight.
Espantados com tudo o que é dito ser gravado? Deviam ter visto o controlo de frequências. Tivemos que ligar o rádio junto a um scanner, sem antena e com um dedo metido no local da antena. Depois de confirmado que o sinal emitido corresponde à frequência que está no papel, o piloto pode ir embora.
Certa vez quis verificar uma coisa com o meu modelo ligado e fui pedir ao CD (Contest Director) para ligar o rádio. Ele disse que sim mas que tinha que trazer o modelo e o rádio para o pé dele. E assim foi.
E ainda, quando pilotos estavam a voar por cima das casas a Sul do campo o tom de voz do Juiz não deu espaço para dúvidas, “pilots who have models in the south, get out IMEDIATLY”. Sem molho nem rodeios.
Conclusões
Vale a pena ir. São várias as lições que tiramos de uma prova deste nível e nem todas relacionadas com o aeromodelismo. A experiencia de vida é muito rica e não sou o único a dizer que me mudava de armas e bagagens para a Baviera se lá arranjasse trabalho. A vida é só ligeiramente mais cara que em Portugal e tudo é melhor inclusive os salários. Quem não conhece devia lá ir.
Vou colocar aqui um link para as fotos no Picassa quando tiver um tempo. So, stay tunned and Auf Wiedersehen.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Acidente mortal com Aeromodelo

Aconteceu no Brasil mas podia ser em qualquer pista do nosso país: um simples modelo a motor (Cesna Cardinali) a combustão, do mais corriqueiro que há em todas as pistas do país, matou uma pessoa que tinha muitos anos de aeromodelismo.
Ver aqui a notícia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009